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PLANTANDO UMA MATA

Estou plantando uma mata de espécies nativas brasileiras e dei a ela o sobrenome do meu pai, Décio de Campos Ribeiro, de quem herdei o amor pela natureza. A ideia de plantar uma mata veio chegando aos poucos e se concretizou em outubro de 2013, quando o Ipê Amarelo da minha rua produziu sementes. Poucas vagens recolhidas com escada, no meio da rua, continham aproximadamente 3 mil sementes. Leia mais aqui.

Silvia Valentini

18/03/2014

Regando com água da chuva




... No chão da água
luava um pássaro
por sobre espumas
de haver estrelas

A água escorria 
por entre as pedras 
um chão sabendo
a aroma de ninhos.
Manoel de Barros. Gramática expositiva do chão. 



Quem mora em uma região onde chove muito, não consegue entender muito bem o porquê da falta de água em São Paulo. Mas, economizar água deve se tornar um hábito mesmo para os moradores dessas regiões. E há várias maneiras de economizar e reutilizar: usar a água da higienização das verduras para lavar roupas, reutilizar a água da máquina de lavar roupas para lavar pisos etc. 
Pouco se fala, no entanto, da captação da água da chuva. E essa é uma maneira inteligente de se usar água, pois nem todo trabalho doméstico pede água tratada. A água da chuva é perfeita para a limpeza das áreas externas, para rega de plantas, lavagem do carro, para a piscininha dos pássaros, para manter um laguinho no jardim... enfim, para ser usada sem preocupação. Com poucos metros de calha é possível armazenar milhares de litros d'água e garantir o consumo mínimo de água tratada.
Acredito que se a prefeitura estimulasse os cidadãos, reduzindo taxas de IPTU, muitos se interessariam em instalar calhas para captação de água de chuva em suas casas. 



Anime-se! 

O que há de você na água?
Manoel de Barros. Gramática expositiva do chão


  • Chame um pedreiro conhecido, desses que conhecem um pouco de tudo, e tenha prática de trabalhar com caixas d'água. 
  • Procure uma dessas oficinas que fazem coifas, calhas e dutos. Há várias pela cidade e é fácil reconhecê-las pois pode-se ver as calhas já da rua.
  • Escolha a lateral do telhado de onde vai ser recolhida a água, e a área destinada à caixa de armazenamento.
  • Siga as instruções do técnico para tomar as medidas e escolher o modelo da calha - há largas, estreitas, mais ou menos fundas, pode-se ver os modelos na própria oficina.
  • O material fica pronto em poucos dias e é fácil de se instalar, basta parafusá-las no beiral do telhado. Não se esqueça que elas devem ter um ligeiro desnível, para que a água corra em direção ao duto. 
  • Se necessário, instale vários dutos para a água não empoçar ou ainda transbordar em dias de chuva forte.



Como armazenar a água



  • Se você tem muito espaço, escolha uma ou mais caixas de 5 mil litros e garanta um bom estoque d'água. Elas podem ficar acima ou abaixo da superfície, no jardim. Tenha certeza de que ficarão bem tampadas.
  • Um duto levará a água da calha até elas, passando antes por uma caixa de filtragem.
  • Essa caixa-filtro não precisa ser grande, aproximadamente 0,80 X 0,80 com 0,60 de profundidade é suficiente. Dentro dela coloca-se, alternadamente, camadas de pedra (brita) e manta geotextil bidim. Essa manta é uma espécie de feltro, que impedirá que as impurezas entrem na caixa d'água. A limpeza da caixa de filtragem deve ser feita periodicamente, para a retirada de folhas, lama, e outros resíduos. Isso manterá sempre limpa a água armazenada. A limpeza das calhas deve ser feita com maior frequência, principalmente se houver árvores decíduas por perto.
  • Aqui, como temos terreno em declive, a água é retirada com bomba e transferida para um pequeno reservatório no ponto mais alto do terreno, de onde desce por gravidade para diversas torneiras.
  • Se a família estiver disposta a levar a obra para dentro de casa, uma boa ideia é usar a água da chuva também para a descarga do vaso sanitário.
  • Este investimento garante o consumo mínimo de água tratada na conta mensal da SABESP.

As árvores agradecem as regas com água de chuva, sem cloro, armazenada em um tambor reciclado. O tambor fica estrategicamente colocado logo abaixo de um duto aberto, e bem ao lado do viveiro.






O tambor de 200 litros transborda com apenas 10 minutos de chuva forte. Mesmo com várias caixas de armazenamento, muita água se perde. 







Escolha a face do telhado de onde a água será recolhida


Escolha o modelo da calha


Sem duto (acima)  ou com duto (abaixo)


O duto entra no piso...


... e corre em declive pela vegetação...

...passando pela caixa-filtro até as caixas de armazenamento.
Por baixo da tampa, há uma proteção de tela presa com elástico de câmaras de bicicleta, que evita mosquitos.
Periodicamente a água é tratada com um pouco de cloro, que evapora com o tempo

Esta calha não tem duto e solta a água diretamente no tambor

 O tambor é tampado com uma tela presa com câmara de pneu de bicicleta, para evitar mosquitos
               
As árvores são regadas com regador, que é guardado sempre vazio para evitar proliferação de  mosquitos



Espalhe por aí...

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