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PLANTANDO UMA MATA

Estou plantando uma mata de espécies nativas brasileiras e dei a ela o sobrenome do meu pai, Décio de Campos Ribeiro, de quem herdei o amor pela natureza. A ideia de plantar uma mata veio chegando aos poucos e se concretizou em outubro de 2013, quando o Ipê Amarelo da minha rua produziu sementes. Poucas vagens recolhidas com escada, no meio da rua, continham aproximadamente 3 mil sementes. Leia mais aqui.

Silvia Valentini

31/03/2014

RRR - Reduzir, Reutilizar, Reciclar




São três letras R que fazem parte do cotidiano consciente. Em casa com terreno, jardim, bichos, há várias oportunidades de exercitar os conceitos. Como funciona, na prática?


Tambor usado para recolher água da chuva. 

Este tem capacidade para 200 L e originalmente acondicionava matéria prima para fábrica de sabão. É de plástico rígido e não deve ser usado para alimentos. 





Estufas ou viveiros para mudas de plantas

Viveiros de baixo custo podem ser feitos com adaptações, improvisações e reciclagem. 
A estrutura pode ser construída com perfil de metal galvanizado, comprado em depósitos de ferro-velho. Encontrei peças com 3 m de comprimento, já furadas,  exatamente o que eu precisava.
 





O ripado que recebe as caixas de mudas pode ser feito de bambu. Para prender o bambu na estrutura de metal, usei pedaços de fio velho que guardei da reforma da rede elétrica da casa.


                                         

Para garantir maior durabilidade do material, o bambu deve ser colhido na lua minguante, quando toda a seiva da planta está baixa e as hastes mais secas. 




A estrutura que sustenta a cobertura também foi feita de bambu. Os tirantes, para apoio do plástico, são cabos de fibra ótica, abandonados nas ruas pelo pessoal da instalação de telefonia.




A rega com água da chuva deixa a desejar por falta de pressão, já que a água desce da caixa por gravidade. Assim, a solução é usar regador e/ou reduzir o tamanho do esguicho. Aproveitei o esguicho do chuveiro, preso à uma rolha sintética de garrafa de vinho (é decepcionante abrir um vinho e encontrar uma rolha sintética!)  que furei com broca. Uma braçadeira garante a estabilidade. O jato d'água é perfeito para não ofender a brotação das mudinhas.





Bandeja para alimentar pássaros

Esta bandeja foi feita com a grade de proteção de um ventilador que encontrei jogado em uma caçamba. Com suspensórios feitos de fios de eletricidade velhos, preso a um cordão de varal em duas roldanas, faz o caminho da varanda até a copa da Sibipiruna. Trocadas todos os dias, as frutas são as que estão em oferta no mercado, ou que nascem no pomar: banana, mamão, laranja, abacate, caqui, goiaba...




No centro vai uma tigela d'água, encaixada onde ficava o logotipo do fabricante.


A bandeja foi instalada para pássaros pequenos como pica-pau, sanhaço, bem-te-vi, canário-da-terra, cambacica, sabiá, alma-de-gato, entre outros. Mas atualmente tem sido visitada também por jacú, tucano-do-bico-verde, macaquinhos e até esquilos. Quando anoitece, o gambá passa em busca de restos de banana.




O Jacú vem no final da tarde, aos pares, para comer banana 

Este esquilo gosta de laranja

Ponto de encontro: Pica-pau e esquilo

Macaquinhos


Caminho de gato


Os gatos gostam de subir nos telhados, andar pelos muros, olhar a vida do alto, tomar sol e fazer preguiça no calorzinho das calhas. Para facilitar o trânsito, construí para eles duas passagens para o telhado:

  • Feita de peroba-do-campo reciclada, comprada em demolição, as ripas são parafusadas em dois caibros da mesma madeira. Para criar um espaço entre as ripas e o caibro, de maneira a não reter água da chuva,  adaptei pequenos anéis de plástico, usados para sustentar prateleiras. Sobrou um vidro cheio, da reforma dos armários embutidos.
  • Feita com bambu do jardim, a escada tem dois pés de parafusos, para que o bambu não encoste no chão. Os 'degraus' são presos na estrutura com pinos feitos com palitos de restaurante japonês (hashi) e cola de madeira.



Consertos


Tive um professor italiano, de gravura em metal, que contava que seus filhos preferiam doar a camisa para não ter que pregar o botão. 

Eu penso que consertar, reformar, é dar vida nova a um objeto; é dar a ele uma segunda chance de ser útil.

Foi o que aconteceu com esta peneira velhinha, com mais de 10 anos de idade.
A tela enferrujou, o aro se soltou e ela estava abandonada em um canto, quando surgiu a necessidade de uma peneira maior, para a terra fininha das sementeiras.

Encontrei na minha oficina o material e as ferramentas necessários para a reforma:

  • retalho de tela mosquiteira
  • pregos pequenos com cabeça
  • grampeador de estofador
  • martelo
  • tesoura para aparar as bordas



A Katá sempre se interessa pelas atividades e vem fazer companhia
  





Teco, o guardião da nova peneira



Brinquedos

Brinquedos de crianças nos dão oportunidade de inventar, improvisar, viajar na imaginação e reaproveitar muito material que iria para o tambor de reciclagem.


1,2,3

Uma tabuinha de cozinha, uma haste de polipropileno, tampinhas de leite.... e temos um brinquedo para aprender a contar.







Espiral de toquinhos

Muitas marcenarias jogam fora retalhos de madeiras nobres - sou frequentadora assídua das caçambas de marcenaria. Alguns vão para a lareira, mas estes fiquei com pena de queimar. Furados, eles vão entrando um a um na espiral de metal. 

A espiral, que foi comprada em supermercado, originalmente é um descanso de panelas; puxado para cima, ganhou altura e permitiu o trânsito dos toquinhos no exercício de coordenação do Nico, de 3 anos. 



Ótimo para a coordenação de pequenos movimentos e o exercício do tato, pela textura, formato e densidade da madeira.





As peças podem ser feitas de vários materiais. Um convite para festa de 15 anos, por exemplo, em papel cartão de excelente qualidade. O material iria para o reciclado depois da festa. Recortado com estilete, serviu como aprendizado de formas para o Leo, de 2 anos, que já conhece a bola, a estrela, o ovo, a gravatinha. Se a criança é muito pequena, o buraco nas peças deve ser maior, para facilitar o encaixe.








Corredor de bolinhas

Com o bambu que nasce aqui no terreno, fiz um 'corredor de bolinhas de gude' para o Nico, em seu aniversário de 3 anos. As bolinhas correm dentro da armação e são coletadas em uma bolsinha de linha. Ótimo para praticar a coordenação de pequenos movimentos e a audição, pois as bolinhas correm escondidas por dentro do bambu, só podendo ser vistas quando entram na bolsinha.




Anime-se!


Corte quatro pedaços de bambu e elimine as partes internas dos nós.
Em um dos pedaços, abra a janela por onde sairão as bolinhas

Faça os furos que fixarão a cestinha das bolas de gude

Lixe tudo muito bem, por dentro...



... e por fora
Passe os fios pelos furos



E comece a trançar a bolsinha com nós simples ou macramé

Até que ela tenha o tamanho necessário para receber as bolinhas de gude

Junte as partes com cola e, se quiser, faça um reforço com cordão.
Antes de colar, não se esqueça de colocar as bolinhas dentro do bambu



Espalhe por aí...

2 comentários :

  1. Parabéns...
    suas idéias são geniais....
    pena que no Brasil, quer se viver como país de primeiro mundo e sem estrutura.
    o simples, o barato, o sustentável não tem vez por aqui.

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    Respostas
    1. Obrigada, anônimo, pelo seu tempo de leitura.
      Ando sempre ligada na possibilidade de reaproveitar materiais. Tenho aqui na minha oficina uma caixa de peças de plástico e outra de peças de metal. Sempre que sobra algum material, vai lá para as caixas. E quando preciso construir alguma coisa, é lá que encontro o necessário para as adaptações. É mais gostoso criar do que comprar pronto. Agradeço a sua visita, da próxima vez, deixe o seu nome. E trate de dormir!

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